Os professores abrem a porta, mas você deve entrar por você mesmo."

Provérbio Chinês

domingo, 14 de abril de 2013

Revisão


Texto argumentativo

Usar água sim; desperdiçar nunca
       O verão veio bravo. Ninguém aguenta o calor. É tempo de piscina, praia, refrescos, sorvetes e muito desperdício de água.    Esse mau hábito não é novo. Ao ler uma instrutiva reportagem publicada pelo "Estado" (6/2/2006), fiquei estarrecido ao saber que o consumo por pessoa em São Paulo é de 200 litros por dia, bem superior aos 120 litros recomendados pela ONU.       Em 2005, o consumo de água na região da Grande São Paulo aumentou 4% em relação a 2004. Só em dezembro, foram consumidos 128 milhões de metros cúbicos de água - o maior consumo desde 1997.
     É uma soma fantástica e sinalizadora de muito desperdício. Os repórteres responsáveis pela reportagem mencionada "flagraram" muitas pessoas lavando as calçadas com mangueira a jato em lugar de vassoura. Trata-se de um luxo injustificável. No consumo doméstico, cerca de 72% da água são gastos no banheiro e, neste, o chuveiro responde por 47%. Os banhos exageradamente demorados desperdiçam água e energia elétrica.      É verdade que o asseio é uma das virtudes dos brasileiros e devemos conservá-la. Mas não há necessidade de ficar meia hora debaixo do chuveiro para manter a boa higiene. Quando estudei nos Estados Unidos, há mais de 50 anos, a dona da república onde morava, uma senhora franzina e de cara muito fechada, me fez pagar uma sobretaxa de aluguel porque sabia que, como brasileiro, eu estava acostumado a tomar banho todos os dias e a "gastar" muita água. Na época, garoto novo, achei a mulherzinha um monstro de avareza. Hoje, vejo que todas as nações do mundo precisam economizar água.
      O Brasil é um país abençoado por possuir cerca de 20% da água do mundo. Isso é um privilégio quando se considera que só 3% da água do planeta é aproveitável e que mesmo esses 3% não são imediatamente utilizáveis, porque uma grande parte está nas geleiras longínquas e em aquíferos profundos. Na verdade, a quantidade de água que pode ser usada para alimentar os seres vivos, gerar energia e viabilizar a agricultura é de aproximadamente 0,3%.
     Desse ponto de vista, a água é um bem escasso. Não é porque temos 20% da água do mundo que podemos perdê-la irresponsavelmente. O uso da água precisa ser racionalizado, em especial nas grandes aglomerações urbanas, onde os mananciais não dão conta de atender a população.
      O Brasil já possui uma lei das águas, promulgada em 1997, cujo objetivo central é o de "assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água". Recentemente, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprovou o Plano Nacional de Recursos Hídricos, com vistas a induzir o uso racional da água
       Tais instrumentos são importantes. Mas o Brasil ganhará muito se as escolas e as famílias ensinarem as crianças a não repetirem os desperdícios praticados pelos adultos. Comece hoje a ensinar seus filhos e netos. E, sobretudo, dê o bom exemplo. Afinal, para mudar hábitos, os exemplos e a educação são peças-chave.
 Por Antônio Ermírio de Moraes                                          
17 de Fevereiro de 2006 Fonte: Folha De S.Paulo
Após ler o texto com muita atenção, responda:
  1. O autor começa o texto com as coisas boas que as pessoas fazem no verão. Na sequência faz um comentário que quebra a expectativa do leitor.

 a)Qual é esse comentário? 
 b) qual é o efeito dessa quebra de expectativa?
 2.Qual é a tese defendida por Antonio Ermírio? Copie o parágrafo em que essa ideia é expressa.
 3.Para convencer o leitor, o autor contrariou uma justificativa bastante usada pelos brasileiros para os banhos demorados.
a) Identifique no texto que justificativa é essa.  
b) qual argumento o autor  utilizou para refutar tal justificativa
4. Quais os argumentos utilizados pelo autor para combater a idéia que no Brasil não é necessário economizar água?
 5. Qual a sua opinião sobre o assunto? Escreva no mínimo um parágrafo, argumentando sobre seu ponto de vista.
6 - O autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus
romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste seu texto com a linguagem
descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a) Euclides da Cunha    b) Graça Aranha            c) Manuel Bandeira           d) Lima Barreto


7. Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que :
a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte
injustamente por valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

8- Assinale a alternativa falsa, sobre Monteiro Lobato:
a) vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca Tatu, valendo-se do
coloquialismo do “contador de casos”.
b) nos romance Urupês e Cidades Mortas aborda a decadência da agricultura no Vale do
Paraíba, após o “ciclo” do café.
c) traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denunciando a devastação da natureza pela
pratica agrícola da queimada.
d) explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm quase sempre finais
trágicos e deprimentes.
e) n.d.a.

9- Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima
Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a) A prática de um experimentalismo lingüístico radical
b) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante
c) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico
d) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão
e) A expressão de aspectos ate então negligenciados da realidade brasileira


10- O Pré-Modernismo abriga obras e autores que produziram entre o Simbolismo e o
Modernismo. “É pré-modernista tudo o que problematiza a nossa realidade social e cultural”,
diz o professor Alfredo Bosi. Abaixo há quatro referências a autores e obras desse período.
Assinale a que não se relaciona ao período.

a) Apesar de não ter caráter ficcional, Os sertões, de Euclides da Cunha, assume
proporções artísticas por sua linguagem e é considerada obra pré-modernista pelo olhar
crítico sobre a realidade brasileira.
b) O nome que a crítica considera o mais importante do Pré-Modernismo brasileiro é
Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, romance
em que denuncia a crueldade com que são tratados os recrutas nos quartéis brasileiros.
c) Autor representativo do Pré-Modernismo é Graça Aranha, cuja obra Canaã põe às vistas do leitor impor-tantes teses, entre as quais a das diferenças raciais, e defende a idéia de que os povos podem viver de forma fraterna, todos alcançando a felicidade na terra de Canaã.
d) Policarpo Quaresma é um patriota fanático, ardoroso defensor das tradições, depois dedicado agricultor, finalmente defensor da causa republicana, cujo governo acaba por colocá-lo na prisão, onde se dá seu triste fim. Daí, o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, através do qual Lima Barreto tece, entre outras, forte crítica ao conformismo de boa parcela da sociedade brasileira.
e) Monteiro Lobato tinha sérias reservas às idéias inovadoras do Modernismo, por isso sua linguagem apresenta tom bastante conservador. No entanto, boa parte de seus temas revela um autor profundamente preocupado com a realidade brasileira, trazendo à tona o homem atrasado e pobre do interior do país.

11.Sobre "Os Sertões", é INCORRETO afirmar que:
a) o autor, militar em sua origem, desaprova a causa dos sertanejos.
b) apresenta certa dificuldade em termos de enquadramento em um único gênero literário.
c) sua linguagem tende ao solene, com vocabulário erudito e tom grandiloqüente.
d) origina-se de reportagens para "O Estado de São Paulo", nas quais o autor expõe fatos relacionados à Guerra de Canudos.
e) Euclides da Cunha segue um esquema determinista na estrutura das três partes da obra.
 12.Considere as seguintes afirmações sobre OS SERTÕES, de Euclides da Cunha.

I - Nas duas primeiras partes do livro, o autor descreve, respectivamente, o homem e o meio ambiente que constituíam o sertão baiano, valendo-se, para tanto, das teorias científicas desenvolvidas na época.
II - Ao descrever os sertanejos, o autor idealiza suas qualidades morais e físicas e conclui que seu heroísmo era resultado da fé nos ensinamentos religiosos do líder Antônio Conselheiro.
III - O autor descreve, na terceira parte do livro, as várias etapas da guerra de Canudos e denuncia o massacre dos sertanejos pelas tropas do exército brasileiro, revelando a miséria e subdesenvolvimento da região.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.      b) Apenas II.    c) Apenas III.   d) Apenas I e III. e) I, II e III.
Texto I
Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.
Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas.
Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante . . .

Texto II
O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
[...]
Este contraste impõe-se ao mais leve exame. Revela-se a todo o momento, em todos os pormenores da vida sertaneja -- caracterizado sempre pela intercadência impressionadora entre extremos impulsos e apatias longas.


Texto III
Decididamente era indispensável que a campanha de canudos tivesse objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, continua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência aqueles rudes compatriotas retardatários. [...]
Canudos não se rendeu.
Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.
( Fragmentos da obra Os Sertões de Euclides da Cunha, São paulo: Círculo do Livro, 1975)
Na Internet:

1.              De acordo o texto I, como é a natureza no lugar onde vive o sertanejo? Ela se mostra acolhedora ao homem?
2.              O texto II, ao descrever o sertanejo, apresenta como contraditória certos aspectos de sua constituição física e seu comportamento. Comente essa contradição.
3.              No 1º parágrafo do texto III, o autor crítica a guerra em si e afirma que outra “guerra mais demorada e digna” deveria ser travada. Qual é essa guerra?
4.              Identifique no texto II um trecho que comprove a influência de teorias raciais existente no começo do século XX.
5.              Os textos I, II e III são trechos, respectivamente, das três partes que constituem a obra Os Sertões: “ A terra”, “O homem” e “A luta”.por que se pode afirmar que a própria estrutura da obra revela uma concepção determinista ?
6- “Os homens sempre se esquecem de que somos todos mortais.” A oração destacada é:
a) substantiva completiva nominal
b) substantiva objetiva indireta
c) substantiva predicativa
d) substantiva objetiva direta
e) substantiva subjetiva
7- “Estou seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida.” A oração em destaque é substantiva:
a) objetiva indireta
b) completiva nominal
c) objetiva direta
d) subjetiva
e) apositiva
8= Há oração subordinada substantiva apositiva em:

a. Na rua perguntou-lhe em tom misterioso: onde poderemos falar à vontade?
b. Ninguém reparou em Olívia: todos andavam como pasmados.
c. As estrelas que vemos parecem grandes olhos curiosos.
d. Em verdade, eu tinha fama e era valsista emérito: não admira que ela me preferisse.
e. Sempre desejava a mesma coisa: que a sua presença fosse notada.
4-Qual o período em que há oração subordinada substantiva predicativa?
a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.
b) Sou favorável a que o aprovem.
c) Desejo-te isto: que sejas feliz.
d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades do vestibular.
e) Lembre-se de que tudo passa nesse mundo.
9-Há no período uma oração subordinada adjetiva:
a) Ele falou que compraria a casa.
b) Não fale alto, que ela pode ouvir.
c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.
10-Nos trechos: “… não é impossível que a notícia da morte me deixasse alguma tranqüilidade, alívio e um ou dois minutos de prazer” e “Digo-vos que as lágrimas eram verdadeiras”. A palavra “que” está introduzindo, respectivamente, orações:
a. subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva objetiva direta
b. subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva objetiva direta
c. subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva predicativa
d. subordinada substantiva completiva nominal, subordinada adjetiva explicativa
e. subordinada adjetiva explicativa, subordinada substantiva predicativa
11-Assinale a alternativa que apresenta um período composto onde uma das orações é subordinada adjetiva:
a. “… a nenhuma pedi ainda que me desse fé: pelo contrário, digo a todas como sou”.
b. “Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que ainda há pouco mostrei.”
c. “… em toda a parte confesso que sou volúvel, inconstante e incapaz de amar três dias um mesmo objeto”.
d. “Mas entre nós há sempre uma grande diferença; vós enganais e eu desengano.”
e. ” - Está romântico!… está romântico… - exclamaram os três…”
12-No período “Todos tinham certeza de que seriam aprovados”, a oração destacada é:
a) substantiva objetiva indireta
b) substantiva completiva nominal
c) substantiva apositiva
d) substantiva subjetiva
e) n.d.a
13-Marque a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal:
a. “Tanto eu como Pascoal tínhamos medo de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade.”
b. “Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro.”
c. “Para encurtar a história, patrãozinho, achamos Pedro Barqueiro no rancho, que só tinha três divisões: a sala, o quarto dele e a cozinha.”
d. “Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando milho, que havia colhido em sua rocinha, ali perto.”
e. “Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas.”

sábado, 13 de abril de 2013

Poesia Modernista


Poema ERRO DE PORTUGUÊS

ERRO DE PORTUGUÊS

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português

                                      Oswald de Andrade
   Oswald Andrade inovou a poesia com seus pequenos poemas, em que sempre havia um forte caráter visual, criando o chamado poema-pílula. Analisando o poema Erro de português, a primeira imagem que nos vem é sobre o do ato de "vestir" e de "despir". Lembre-se que a forma como nos vestimos é um reflexo da sociedade a que pertencemos.As vestimentas de uma população refletem seus hábitos, sua cultura. Atentem também para as condições de chegada dos portugueses: "debaixo duma bruta chuva" As condições externas, alheias à nossa vontade, influenciam o que acontece conosco. Visto isso, agora pensem um pouco: o que é o ato de "vestir" e de "despir" nessa situação de encontro de civilizações? O que realmente representa a chuva e o sol, neste poema?


01- A que fato se refere o primeiro verso do poema?
02- A que fato se refere metaforicamente o terceiro verso do poema?
03- Leia um trecho da carta de Caminha: “Na noite seguinte ventou tanto sueste, com chuvaceiros, que fez caçar as naus especialmente a Capitânia” (Registro do dia 23 de abril). A versão oswaldiana do fato moderniza e sintetiza a linguagem da carta, optando por uma expressão formada a partir do uso coloquial de um termo. Copie a expressão que indica isso.
04- O poema traz à tona uma hipótese: a inversão do fato histórico.
a- Que verso exprime a condição para que tal hipótese pudesse ter sido concretizada?
b- Identifique e explique os versos que exprimem a conseqüência histórica dessa possível inversão.
c- A escolha do verbo vestir para metaforizar a superposição cultural que ocorreu na colonização tem relação com o primeiro choque cultural relatado por Caminha em sua carta. De que choque se fala?
05- As palavras português e pena têm duplo significado no conteúdo. Identifique-os:
06- Oswald de Andrade lamenta que a história tenha sido como foi: “Que pena!” você acha que, se a hipótese sugerida no poema tivesse ocorrido, nosso país hoje seria melhor? Justifique sua resposta.