Os professores abrem a porta, mas você deve entrar por você mesmo."

Provérbio Chinês

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

LIVRO CLIP

O Livroclip é um instrumento que pode auxiliar na melhora da qualidade do ensino de
literatura e de outras áreas, como língua portuguesa, línguas estrangeiras, história, etc. Ele
é um trabalho de grande apelo visual, lúdico, atraente, que desperta o interesse pela leitura
e o desejo de aprender mais sobre o assunto revelado na animação ou, se o aluno já
conhece a história, o livroclip possibilita um novo olhar sobre o enredo.
Na tentativa de reproduzir o livroclip em sala de aula, feito pelos próprios alunos podemos
utilizar duas tecnologias de criação de filmes, o Windows Live Movie Maker e o
SlideShow. O Windows Live Movie Maker é um programa da Microsoft, disponibilizado
gratuitamente no site da empresa, para criação de filmes caseiros, com diversos recursos de
edição e criação. No entanto, é um programa que só pode ser concretizado o download em
suporte Windows 7, então se a escola possui computadores com suporte XP, por exemplo,
não poderá baixá-lo nos computadores. Já o SlideShow é um programa que cria pequenos
filmes direto no site da internet, não necessitando de nenhum tipo de download. Porém, ele
tem menos recursos que o Movie Maker, poucas possibilidades de edição e criação de
filmes.

Livro clipe - Senhora - José de Alencar

Trabalho de Português ..Iracema

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Literatura - 3ª série do Ensino Médio - Exercícios: Vanguardas Europeias.


Literatura: exercícios sobre o Vanguarda Europeia - 1º bimestre - turmas de 3ª série do Ensino Médio.

1 - Assinale a alternativa que menciona somente movimentos artísticos das Vanguardas Europeias.

( ) a)Barroco, Rococó, Art-nouveau.
( ) b)Expressionismo, Cubismo, Surrealismo.
( ) c)Neoclassicismo, Impressionismo, Romantismo.
( ) d)Pop-art, Dadaísmo, Futurismo.
( ) e)Construtivismo, Concretismo, Naturalismo.
2 - Em 1924, os surrealistas lançaram um manifesto no qual anunciaram a força do inconsciente na criação de novas percepções. Valorizavam a ausência de lógica das experiências psíquicas e oníricas, propondo novas experiências estéticas. Sobre o Surrealismo, é correto afirmar:
( ) a) Acredita que a liberação do psiquismo humano se dá por meio da sacralização da natureza.
( ) b) Baseia-se na razão, negando as oscilações do temperamento humano.
( ) c) Destaca que o fundamental, na arte, é o objeto visível em detrimento do emocionalismo subjetivo do artista.
( ) d) Concede mais valor ao livre jogo da imaginação individual do que à codificação dos ideais da sociedade ou da história.
( ) e) Busca limitar o psiquismo humano e suas manifestações, transfigurando-os em geometria a favor de uma nova ordem.
3.Os movimentos culturais do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX dialogavam com as mudanças que ocorriam na sociedade ocidental, com a afirmação do modo de produção capitalista e com as novas formas de pensar e de sentir o mundo. Com o modernismo e as vanguardas artísticas, houve mudanças importantes, pois:

 ( ) o dadaísmo procurou radicalizar nas suas propostas, criticando os valores estabelecidos, com destaque para a obra de artistas como Marcel Duchamp.
( ) o surrealismo trouxe a exploração do inconsciente, presente na pintura do espanhol Salvador Dali e na obra literária do francês André Breton.
( ) com obras que causaram impacto, houve um rompimento frente aos modelos clássicos que
adotavam regras e limites para o artista.




domingo, 14 de abril de 2013

Revisão


Texto argumentativo

Usar água sim; desperdiçar nunca
       O verão veio bravo. Ninguém aguenta o calor. É tempo de piscina, praia, refrescos, sorvetes e muito desperdício de água.    Esse mau hábito não é novo. Ao ler uma instrutiva reportagem publicada pelo "Estado" (6/2/2006), fiquei estarrecido ao saber que o consumo por pessoa em São Paulo é de 200 litros por dia, bem superior aos 120 litros recomendados pela ONU.       Em 2005, o consumo de água na região da Grande São Paulo aumentou 4% em relação a 2004. Só em dezembro, foram consumidos 128 milhões de metros cúbicos de água - o maior consumo desde 1997.
     É uma soma fantástica e sinalizadora de muito desperdício. Os repórteres responsáveis pela reportagem mencionada "flagraram" muitas pessoas lavando as calçadas com mangueira a jato em lugar de vassoura. Trata-se de um luxo injustificável. No consumo doméstico, cerca de 72% da água são gastos no banheiro e, neste, o chuveiro responde por 47%. Os banhos exageradamente demorados desperdiçam água e energia elétrica.      É verdade que o asseio é uma das virtudes dos brasileiros e devemos conservá-la. Mas não há necessidade de ficar meia hora debaixo do chuveiro para manter a boa higiene. Quando estudei nos Estados Unidos, há mais de 50 anos, a dona da república onde morava, uma senhora franzina e de cara muito fechada, me fez pagar uma sobretaxa de aluguel porque sabia que, como brasileiro, eu estava acostumado a tomar banho todos os dias e a "gastar" muita água. Na época, garoto novo, achei a mulherzinha um monstro de avareza. Hoje, vejo que todas as nações do mundo precisam economizar água.
      O Brasil é um país abençoado por possuir cerca de 20% da água do mundo. Isso é um privilégio quando se considera que só 3% da água do planeta é aproveitável e que mesmo esses 3% não são imediatamente utilizáveis, porque uma grande parte está nas geleiras longínquas e em aquíferos profundos. Na verdade, a quantidade de água que pode ser usada para alimentar os seres vivos, gerar energia e viabilizar a agricultura é de aproximadamente 0,3%.
     Desse ponto de vista, a água é um bem escasso. Não é porque temos 20% da água do mundo que podemos perdê-la irresponsavelmente. O uso da água precisa ser racionalizado, em especial nas grandes aglomerações urbanas, onde os mananciais não dão conta de atender a população.
      O Brasil já possui uma lei das águas, promulgada em 1997, cujo objetivo central é o de "assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água". Recentemente, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprovou o Plano Nacional de Recursos Hídricos, com vistas a induzir o uso racional da água
       Tais instrumentos são importantes. Mas o Brasil ganhará muito se as escolas e as famílias ensinarem as crianças a não repetirem os desperdícios praticados pelos adultos. Comece hoje a ensinar seus filhos e netos. E, sobretudo, dê o bom exemplo. Afinal, para mudar hábitos, os exemplos e a educação são peças-chave.
 Por Antônio Ermírio de Moraes                                          
17 de Fevereiro de 2006 Fonte: Folha De S.Paulo
Após ler o texto com muita atenção, responda:
  1. O autor começa o texto com as coisas boas que as pessoas fazem no verão. Na sequência faz um comentário que quebra a expectativa do leitor.

 a)Qual é esse comentário? 
 b) qual é o efeito dessa quebra de expectativa?
 2.Qual é a tese defendida por Antonio Ermírio? Copie o parágrafo em que essa ideia é expressa.
 3.Para convencer o leitor, o autor contrariou uma justificativa bastante usada pelos brasileiros para os banhos demorados.
a) Identifique no texto que justificativa é essa.  
b) qual argumento o autor  utilizou para refutar tal justificativa
4. Quais os argumentos utilizados pelo autor para combater a idéia que no Brasil não é necessário economizar água?
 5. Qual a sua opinião sobre o assunto? Escreva no mínimo um parágrafo, argumentando sobre seu ponto de vista.
6 - O autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus
romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste seu texto com a linguagem
descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a) Euclides da Cunha    b) Graça Aranha            c) Manuel Bandeira           d) Lima Barreto


7. Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que :
a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte
injustamente por valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

8- Assinale a alternativa falsa, sobre Monteiro Lobato:
a) vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca Tatu, valendo-se do
coloquialismo do “contador de casos”.
b) nos romance Urupês e Cidades Mortas aborda a decadência da agricultura no Vale do
Paraíba, após o “ciclo” do café.
c) traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denunciando a devastação da natureza pela
pratica agrícola da queimada.
d) explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm quase sempre finais
trágicos e deprimentes.
e) n.d.a.

9- Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima
Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a) A prática de um experimentalismo lingüístico radical
b) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante
c) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico
d) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão
e) A expressão de aspectos ate então negligenciados da realidade brasileira


10- O Pré-Modernismo abriga obras e autores que produziram entre o Simbolismo e o
Modernismo. “É pré-modernista tudo o que problematiza a nossa realidade social e cultural”,
diz o professor Alfredo Bosi. Abaixo há quatro referências a autores e obras desse período.
Assinale a que não se relaciona ao período.

a) Apesar de não ter caráter ficcional, Os sertões, de Euclides da Cunha, assume
proporções artísticas por sua linguagem e é considerada obra pré-modernista pelo olhar
crítico sobre a realidade brasileira.
b) O nome que a crítica considera o mais importante do Pré-Modernismo brasileiro é
Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, romance
em que denuncia a crueldade com que são tratados os recrutas nos quartéis brasileiros.
c) Autor representativo do Pré-Modernismo é Graça Aranha, cuja obra Canaã põe às vistas do leitor impor-tantes teses, entre as quais a das diferenças raciais, e defende a idéia de que os povos podem viver de forma fraterna, todos alcançando a felicidade na terra de Canaã.
d) Policarpo Quaresma é um patriota fanático, ardoroso defensor das tradições, depois dedicado agricultor, finalmente defensor da causa republicana, cujo governo acaba por colocá-lo na prisão, onde se dá seu triste fim. Daí, o romance Triste fim de Policarpo Quaresma, através do qual Lima Barreto tece, entre outras, forte crítica ao conformismo de boa parcela da sociedade brasileira.
e) Monteiro Lobato tinha sérias reservas às idéias inovadoras do Modernismo, por isso sua linguagem apresenta tom bastante conservador. No entanto, boa parte de seus temas revela um autor profundamente preocupado com a realidade brasileira, trazendo à tona o homem atrasado e pobre do interior do país.

11.Sobre "Os Sertões", é INCORRETO afirmar que:
a) o autor, militar em sua origem, desaprova a causa dos sertanejos.
b) apresenta certa dificuldade em termos de enquadramento em um único gênero literário.
c) sua linguagem tende ao solene, com vocabulário erudito e tom grandiloqüente.
d) origina-se de reportagens para "O Estado de São Paulo", nas quais o autor expõe fatos relacionados à Guerra de Canudos.
e) Euclides da Cunha segue um esquema determinista na estrutura das três partes da obra.
 12.Considere as seguintes afirmações sobre OS SERTÕES, de Euclides da Cunha.

I - Nas duas primeiras partes do livro, o autor descreve, respectivamente, o homem e o meio ambiente que constituíam o sertão baiano, valendo-se, para tanto, das teorias científicas desenvolvidas na época.
II - Ao descrever os sertanejos, o autor idealiza suas qualidades morais e físicas e conclui que seu heroísmo era resultado da fé nos ensinamentos religiosos do líder Antônio Conselheiro.
III - O autor descreve, na terceira parte do livro, as várias etapas da guerra de Canudos e denuncia o massacre dos sertanejos pelas tropas do exército brasileiro, revelando a miséria e subdesenvolvimento da região.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.      b) Apenas II.    c) Apenas III.   d) Apenas I e III. e) I, II e III.
Texto I
Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.
Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas.
Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante . . .

Texto II
O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
[...]
Este contraste impõe-se ao mais leve exame. Revela-se a todo o momento, em todos os pormenores da vida sertaneja -- caracterizado sempre pela intercadência impressionadora entre extremos impulsos e apatias longas.


Texto III
Decididamente era indispensável que a campanha de canudos tivesse objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, continua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência aqueles rudes compatriotas retardatários. [...]
Canudos não se rendeu.
Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.
( Fragmentos da obra Os Sertões de Euclides da Cunha, São paulo: Círculo do Livro, 1975)
Na Internet:

1.              De acordo o texto I, como é a natureza no lugar onde vive o sertanejo? Ela se mostra acolhedora ao homem?
2.              O texto II, ao descrever o sertanejo, apresenta como contraditória certos aspectos de sua constituição física e seu comportamento. Comente essa contradição.
3.              No 1º parágrafo do texto III, o autor crítica a guerra em si e afirma que outra “guerra mais demorada e digna” deveria ser travada. Qual é essa guerra?
4.              Identifique no texto II um trecho que comprove a influência de teorias raciais existente no começo do século XX.
5.              Os textos I, II e III são trechos, respectivamente, das três partes que constituem a obra Os Sertões: “ A terra”, “O homem” e “A luta”.por que se pode afirmar que a própria estrutura da obra revela uma concepção determinista ?
6- “Os homens sempre se esquecem de que somos todos mortais.” A oração destacada é:
a) substantiva completiva nominal
b) substantiva objetiva indireta
c) substantiva predicativa
d) substantiva objetiva direta
e) substantiva subjetiva
7- “Estou seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida.” A oração em destaque é substantiva:
a) objetiva indireta
b) completiva nominal
c) objetiva direta
d) subjetiva
e) apositiva
8= Há oração subordinada substantiva apositiva em:

a. Na rua perguntou-lhe em tom misterioso: onde poderemos falar à vontade?
b. Ninguém reparou em Olívia: todos andavam como pasmados.
c. As estrelas que vemos parecem grandes olhos curiosos.
d. Em verdade, eu tinha fama e era valsista emérito: não admira que ela me preferisse.
e. Sempre desejava a mesma coisa: que a sua presença fosse notada.
4-Qual o período em que há oração subordinada substantiva predicativa?
a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.
b) Sou favorável a que o aprovem.
c) Desejo-te isto: que sejas feliz.
d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades do vestibular.
e) Lembre-se de que tudo passa nesse mundo.
9-Há no período uma oração subordinada adjetiva:
a) Ele falou que compraria a casa.
b) Não fale alto, que ela pode ouvir.
c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.
10-Nos trechos: “… não é impossível que a notícia da morte me deixasse alguma tranqüilidade, alívio e um ou dois minutos de prazer” e “Digo-vos que as lágrimas eram verdadeiras”. A palavra “que” está introduzindo, respectivamente, orações:
a. subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva objetiva direta
b. subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva objetiva direta
c. subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva predicativa
d. subordinada substantiva completiva nominal, subordinada adjetiva explicativa
e. subordinada adjetiva explicativa, subordinada substantiva predicativa
11-Assinale a alternativa que apresenta um período composto onde uma das orações é subordinada adjetiva:
a. “… a nenhuma pedi ainda que me desse fé: pelo contrário, digo a todas como sou”.
b. “Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que ainda há pouco mostrei.”
c. “… em toda a parte confesso que sou volúvel, inconstante e incapaz de amar três dias um mesmo objeto”.
d. “Mas entre nós há sempre uma grande diferença; vós enganais e eu desengano.”
e. ” - Está romântico!… está romântico… - exclamaram os três…”
12-No período “Todos tinham certeza de que seriam aprovados”, a oração destacada é:
a) substantiva objetiva indireta
b) substantiva completiva nominal
c) substantiva apositiva
d) substantiva subjetiva
e) n.d.a
13-Marque a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal:
a. “Tanto eu como Pascoal tínhamos medo de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade.”
b. “Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro.”
c. “Para encurtar a história, patrãozinho, achamos Pedro Barqueiro no rancho, que só tinha três divisões: a sala, o quarto dele e a cozinha.”
d. “Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando milho, que havia colhido em sua rocinha, ali perto.”
e. “Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas.”

sábado, 13 de abril de 2013

Poesia Modernista


Poema ERRO DE PORTUGUÊS

ERRO DE PORTUGUÊS

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português

                                      Oswald de Andrade
   Oswald Andrade inovou a poesia com seus pequenos poemas, em que sempre havia um forte caráter visual, criando o chamado poema-pílula. Analisando o poema Erro de português, a primeira imagem que nos vem é sobre o do ato de "vestir" e de "despir". Lembre-se que a forma como nos vestimos é um reflexo da sociedade a que pertencemos.As vestimentas de uma população refletem seus hábitos, sua cultura. Atentem também para as condições de chegada dos portugueses: "debaixo duma bruta chuva" As condições externas, alheias à nossa vontade, influenciam o que acontece conosco. Visto isso, agora pensem um pouco: o que é o ato de "vestir" e de "despir" nessa situação de encontro de civilizações? O que realmente representa a chuva e o sol, neste poema?


01- A que fato se refere o primeiro verso do poema?
02- A que fato se refere metaforicamente o terceiro verso do poema?
03- Leia um trecho da carta de Caminha: “Na noite seguinte ventou tanto sueste, com chuvaceiros, que fez caçar as naus especialmente a Capitânia” (Registro do dia 23 de abril). A versão oswaldiana do fato moderniza e sintetiza a linguagem da carta, optando por uma expressão formada a partir do uso coloquial de um termo. Copie a expressão que indica isso.
04- O poema traz à tona uma hipótese: a inversão do fato histórico.
a- Que verso exprime a condição para que tal hipótese pudesse ter sido concretizada?
b- Identifique e explique os versos que exprimem a conseqüência histórica dessa possível inversão.
c- A escolha do verbo vestir para metaforizar a superposição cultural que ocorreu na colonização tem relação com o primeiro choque cultural relatado por Caminha em sua carta. De que choque se fala?
05- As palavras português e pena têm duplo significado no conteúdo. Identifique-os:
06- Oswald de Andrade lamenta que a história tenha sido como foi: “Que pena!” você acha que, se a hipótese sugerida no poema tivesse ocorrido, nosso país hoje seria melhor? Justifique sua resposta.

domingo, 24 de março de 2013

Tipologia e Gêneros Textuais


Tipologia Textual

1. Narração
Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano.

2. Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega.

3. Dissertação
3.1 Dissertação-Exposição
Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica, avalia e reflete (analisa ideias). O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. Ex: aula, relato de experiências, etc.

3.1 Dissertação-Argumentação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

4. Injunção/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.);


Gêneros textuais

Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:

Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos.

Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.

Carta ao leitor: é um gênero textual do tipo dissertativo-argumentativo que possui uma linguagem mais pessoal e leve, em que se escreve aos leitores.

Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.

Bula de remédio: é um gênero textual descritivodissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.

Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.

Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.

Tutorial: é um gênero textual injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.

Entrevista: é um gênero textual dissertativo-expositivo que é representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado ou de algum outro assunto.

História em quadrinhos: é um gênero textual narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.

Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria.

Gêneros literários:

·         Gênero Narrativo:
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Nesta classificação, no gênero épico há a presença de um narrador que fundamentalmente conta a história passada de terceiros. Isso implica certo distanciamento entre o narrador e o assunto tratado, coisa que não ocorre no gênero lírico. Os verbos e os pronomes quase sempre estão na 3ª pessoa. Além disso, os textos épicos pressupõem a presença de uma ouvinte ou de uma plateia, que estaria escutando o narrador.

Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes, uma diversidade de gêneros: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:

Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais  verossímil.  Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.

Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular). Caracteriza-se por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.

Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV.. 

Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago e Ensaio  sobre a tolerância, de John Locke.


·         Gênero dramático:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas.

Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare.

Farsa: é uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que critica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o absurdo, as incongruências, os equívocos, os enganos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas.

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares.

Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.

Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.


·         Gênero lírico:
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.

Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.

Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical;

Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às  belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);

Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.

Acalanto: ou canção de ninar;

Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;

Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança;

Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;

Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;

Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas;
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.

Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.        

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OS SERTÕES


Foto: Paulo Jares
 Ruínas do Parque Estadual de Canudos,
Ruínas do Parque Estadual de Canudos, BA, onde se passou a guerra que é tema do livro de Euclídes da Cunha


Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu a 20 de janeiro de 1866 e morreu envolvido num grande escândalo familiar, assassinado em duelo pelo amante da esposa, a 15 de agosto de 1909. Formou-se engenheiro militar em 1892, exerceu a função de engenheiro civil. Foi membro da ABL, do Instituto Histórico e catedrático em Lógica pelo Colégio Dom Pedro II. Viajou muito e escreveu Os Sertões pela experiência própria de ter testemunhado a Guerra de Canudos como correspondente jornalístico do Estado de São Paulo.

Positivista, por alguns autores é considerado um naturalista, mas seu estilo pessoal e inconformismo caracterizam-no como um pré-modernista. A passagem a seguir provém de Os Sertões, sendo cada uma de uma parte da obra.

'Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...' Os Sertões - A Terra

'Porque não no-los separa um mar, separam-no-los três séculos...' Os Sertões - O Homem

'E volvendo de improviso às trincheiras, volvendo em corridas para os pontos abrigados, agachados em todos os anteparos [...] os triunfadores, aqueles triunfadores memorados pela História, compreenderam que naquele andar acabaria por devorá-los, um a um, o último reduto combatido. Não lhes bastavam seis mil Mannlichers e seis mil sabres; e o golpear de doze mil braços [...] ; e os degolamentos, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de canhoneiro contínuo; e o esmagamento das ruínas; e o quadro indefinível dos templos derrocados; e por fim, na ciscalhagem das imagens rotas, dos altares abatidos, dos santos em pedaços - sob a impassibilidade dos céus tranquilos e claros - a queda de um ideal ardente, a extinção absoluta de uma crença consoladora e forte...' Os Sertões - A Luta

II- Obra:

O imenso cenário sertanejo é o destaque inicial da obra: 'o planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas'. Aos poucos, essa paisagem é particularizada, apontando os destinos entrecruzados de homens terras, ares, água, árvores e bichos.

A seguir, o autor aborda o clima sertanejo, que é indefinível porque 'nenhum pioneiro da ciência suportou ainda as agruras daquele rincão [...], em prazo suficiente para o definir'. Durante o dia prevalecem altas temperaturas, torrando tudo, e, à noite, ela cai abruptamente, enregelando a terra. A secura atmosférica no sertão é tanta que atua como uma estufa, secando tudo.

A seca faz parte da vida do habitante dessa região, o sertanejo, que, sem temê-la, munido de fé, esperança e serenidade, enfrenta-a. A caatinga, celeiro da seca, agride o viajante com seus espinhos e folhas urticantes, mas, quando não há mais nada, é de lá que o homem extrai os mandacarus para iludir seu gado, e também os mangarás das bromélias selvagens para alimentar os filhos. Chega um ponto que não resiste mais e parte em retirada, mas tão logo o flagelo acaba, lá está ele de volta, morto de saudades do sertão.

Homem permanente fatigado, o sertanejo 'reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude'. Todavia, basta um incidente qualquer para que ele se transfigure, adquirindo, subitamente, a característica de um 'titã dominador': 'a cabeça firma-se-lhe, alta, sobre os ombros possantes, aclarada pelo olhar desassombrado e forte'. Apesar disso, é crédulo, místico, deixando-se levar por superstições absurdas. Sua religião traz em si, caracteres das três raças que o formaram: o branco, o índio e o negro; como ele, sua religião é mestiça.

Após ocupar-se do clima e do sertanejo, o autor se volta para a figura de Antonio Vicente Mendes Maciel, conhecido por todos como Antonio Conselheiro. Este cearense de Quixeramobim, personagem principal do episódio de Canudos, era de família de negociantes com algumas posses. Foi um jovem tímido, sempre às voltas com os negócios do pai. Quando este morre, toma para si a tarefa abnegada de cuidar das três irmãs solteiras. Uma desilusão amorosa parece ser a responsável pela virada que dá na vida. Conta-se que sua mulher o trocou por um policial.

Envergonhado, o infeliz foge da cidade, escondendo-se no sertão.Passa a vagar de vila em vila. De cabelo e barba longos, vive de esmolas, agregando pessoas para junto de si. Como os profetas, passa a carregar um cajado e a usar túnica larga de brim azul, sandálias e chapéu de abas largas. Assim, acaba se tornando 'o evangelizador monstruoso, mas autômato'. Sempre acompanhado de um grande séquito, ajuda os necessitados, repara ou constrói igrejas nos vilarejos carentes; para ele, os adeptos são 'seus irmãos' e estes, por sua vez, chamam-no de 'meu pai'.

Tinha horror às mulheres, vendo na sua beleza a face tentadora de Satã, falava-lhes de costas; agia assim até com as velhas beatas.

O autor passa a descrever o estilo do pregador. Sem muitos gestos, a oratória de Antonio Conselheiro era 'bárbara e arrepiante'; cheia de frases de efeito e citações, muitas vezes desconexas, de conselhos dogmáticos, confusos e de profecias esquisitas. Seus olhos, negros e vivos, tinham um brilho ofuscante que ninguém ousava contemplar. 'A multidão sucumbida abaixava [...] as vistas, fascinada, sob o estranho hipnotismo daquela insânia formidável'.

Tendo como lema: 'bem-aventurados os que sofrem', pregava apenas práticas religiosas tradicionais do sertão: jejuns prolongados, provações, martírios e procissões de penitência, através de longas e extenuantes caminhadas. Mesmo assim, o Conselheiro não era bem visto pela igreja que o considerava louco. Esta já solicitara ao governo do império a internação do beato, em um asilo para doentes mentais, mas como não havia vaga, nada foi feito. O Conselheiro, espécie de grande homem pelo avesso, seguia 'sem tropeços na missão 'pervertedora', avultando na imaginação' e crença popular. Outra característica em destaque é a de que o beato era extremamente conservador e contra o regime republicano. Para ele, a nova república - o anticristo, a ordem de satanás - separara a igreja do Estado, instituindo, entre outras coisas, o casamento civil que lhe tirava a primazia de celebrar casamentos.

Conforme o relato, o primeiro confronto de seus seguidores com a polícia se deu quando incitou os habitantes de um pequeno vilarejo a não pagar impostos instituídos pelo novo regime. Após o choque violento, resultando em mortos de ambos os lados, o Conselheiro, que percorrera o sertão numa romaria ininterrupta de vinte anos, decidiu parar, escolhendo uma fazenda abandonada, onde, longe do governo, pudesse praticar, com seu povo, sua religião. Nascia Canudos, fundada imediatamente por milhares de taperas de pau-a-pique, ao redor da praça central, onde começaram a construir uma grande igreja, faceando uma outra, de tamanho menor, pertencente à antiga fazenda. Com as duas igrejas na praça central, Canudos logo tomou ares de arraial. Com o passar do tempo, a vila, que estava aberta a todos, passou a ter uma população constituída dos mais diversos tipos: do matuto crédulo, vaqueiro iludido ao jagunço errante, forte e destemido.

Todos eram bem vindos, pois neles estava à força do arraial. Essa gente despojava-se de tudo, aceitando, cegamente, o que vinha do beato, senhor e lei naquele deserto. O uso de cachaça, por exemplo, era rigorosamente punido. O estupro, não. 'Não é para admirar que se esboçasse logo, em Canudos, a promiscuidade [...]. Porque o dominador, se não estimulava, tolerava o amor livre'. Para os crentes que ali paravam, Canudos era o cosmos, um ponto de passagem transitório 'na romaria miraculosa para os céus'.

Em Juazeiro, correu um boato que os jagunços do conselheiro iriam atacar a cidade por causa do atraso na entrega da madeira para a igreja nova do arraial. Para tranquilizar a população, que já se pusera em alvoroço, o governador decide enviar a Canudos, em missão punitiva, 104 homens, chefiados pelo tenente Pires Ferreira.

Como Antonio Conselheiro tinha homens - espiões - em todos os lugares, ficaram sabendo da expedição e resolveram preparar-lhe uma cilada, antes de chegar ao arraial. Isso ocorreu no povoado de Uauá, onde os soldados tinham parado.
Disfarçados de penitentes, em uma imensa procissão de flagelados, carregando à frente uma cruz e o estandarte do Divino, os homens do batalhão do beato, armados de paus, facões, foices, pedras e velhas espingardas, foram em cima dos soldados, numa luta corpo-a-corpo feroz. Depois de algumas horas de combate sangrento, os jagunços puseram os soldados para correr, mesmo tendo mais perdas do que o inimigo.

Com o fracasso da primeira expedição, uma segunda foi organizada, desta vez com mais de 500 homens, chefiados pelo major Febrônio de Brito. Antes de seguir caminho para Canudos, ficaram baseados em Monte Santo, durante quinze dias. Conhecida pela via sacra ao topo do monte, o vilarejo, ao sul de Canudos, transformou-se. Para os habitantes, acostumados a receber apenas romeiros em penitência, com o batalhão de Febrônio, a pacata cidade tomou ares de festa.

Como da primeira vez, os aliados do Conselheiro levaram notícias da expedição aos homens do arraial, que resolveram surpreendê-los em emboscada, quando estivessem nos morros próximos de Canudos. Assim fizeram e, em apenas dois dias, venceram a batalha, afugentando os adversários cansados e despreparados para enfrentar o sertão. Essa derrota foi motivo para fantasiarem o real e o beato se torna questão nacional. Dizia-se que, sob disfarce do fanatismo religioso, Canudos representava, na verdade, uma reação monarquista, com adeptos em todo o país e, quiçá, no exterior.

A terceira expedição foi preparada. Desta vez, era mais poderosa, com quatro canhões e 1300 homens, comandados por Moreira César. Esse comandante era famoso pela autoconfiança, coragem e também pelo temperamento impulsivo e instável. Traços que podem ter a ver com sua doença: epilepsia. Durante a campanha, sofre ataque epilético e comete dois erros estratégicos. No primeiro, ignora a caminhada, longa e extenuante, feita pelos soldados, que famintos e sedentos, são obrigados a atacar arraial. No segundo, imprudentemente, ordena estes mesmos soldados a lutarem corpo-a-corpo com os adversários, complicando a movimentação da tropa, perdida na rede de ruas labirínticas do arraial, inviabilizando a ação da artilharia que, se atirasse, poderia ferir os amigos.

A situação dos soldados se complicava gradativamente. De repente, saindo de sua posição e dizendo que daria brio àquela gente, Moreira César rumou, corajosa e inconsequentemente, para linha de fogo na direção do arraial, mas foi logo ferido, morrendo à noite. Na hierarquia, o próximo comandante seria o coronel Pedro Nunes Tamarindo que, desde o começo, discordara da atuação de Moreira César.

Vendo aquela tropa toda desarticulada, deseja fugir, derrotado. Quando um soldado chama-o para assumir sua posição diz: 'é tempo de murici, cada um cuide de si'. Entretanto, mais tarde, é baleado na fuga. Os soldados, por sua vez, largando tudo, até o cadáver de Moreira César, saem em debandada. Os conselheiristas ficam com todo armamento abandonado e decapitam alguns soldados mortos, colocando as cabeças na estrada.

O fracasso dessa expedição e a morte do corajoso Moreira César deram à imprensa motivos para criar histórias sobre os monarquistas e contra a grande ameaça à pátria - o arraial. Esses fatos demandavam outra expedição. De um bom número de estados do Brasil, foram recrutados mais de 5.000 homens. Para chefiá-los, convocaram o general Artur Oscar de Andrade Guimarães. Além disso, as tropas seriam divididas em colunas. Duas ficariam baseadas em Monte Santo, enquanto a outra, comandada pelo general Cláudio Savaget sairia de Aracaju. A primeira trazia consigo um imenso e pesado canhão, apelidado de 'matadeira' pelos sertanejos.

Como as tropas anteriores, a primeira coluna foi surpreendida em uma emboscada no Morro da Favela, atrapalhando-se e logo se desarticulando. O exército disparava para o arraial, enquanto, entrincheirados nos morros, os rebeldes insurgentes revidavam, deixando um saldo de mortos e feridos dos dois lados. A primeira coluna foi salva, graças à chegada de Savaget com seu segundo batalhão. Após um dia exaustivo de luta feroz e sangrenta, ao anoitecer, os soldados largavam as armas, para então ouvir, no silêncio desolador das noites sertanejas, as longínquas e agourentas rezas e cânticos dos inimigos. Os praças passaram um mês entre os jagunços do beato, o desânimo e a fome, morrendo, na maioria das vezes, em busca do que comer. Entre mortos e feridos, aproximadamente 900 estavam fora de combate. Os feridos foram escoltados por 'praças de infantaria até o extremo sul da zona perigosa, Juá'. Sem recursos e combalidos, enfrentavam a longa caminhada sob o sol inclemente da caatinga.

Outra intervenção do governo reuniu 3.000 homens em Monte Santo sob o comando do Ministro da Guerra, Marechal Carlos Machado de Bittencourt. Para ele, cansaço, sede e fome, enfrentados pelos praças no trajeto causticante de Monte Santo a Canudos, foram a causa do fracasso das missões anteriores. A questão não era quantidade de homens e, sim, de mulas para transportar alimento e água para os soldados, entrincheirados próximos do arraial. Na sua opinião, 'mil burros mansos valiam, na emergência, por dez mil heróis'. A partir das primeiras levas de bestas, enviadas por ele ao campo de guerra, as tropas começaram a vencer.

A igreja matriz foi bombardeada e destruída, ocorrendo assim o cerco, os incêndios e a destruição de Canudos, tomada no dia 5 de outubro de 1897, quando seus quatro últimos defensores, resistindo sem se render, morreram diante de milhares de soldados enfurecidos. Destruíram 5.200 casas, 'cuidadosamente contadas', e com elas milhares de pessoas foram mortas. Dentre elas, os jagunços: João Abade, Pajeú, Pedrão, homens de confiança do Conselheiro, e os acólitos religiosos do beato: José Beatinho, Paulo José da Rosa, Timotinho, o sineiro, que caiu junto com a torre da igreja.

Deu-se então o massacre dos prisioneiros, na sua maioria mulheres, velhos, pessoas enfermas, moribundas e crianças. As mulheres não perigosas e as crianças foram poupadas da 'degola', que deveria ocorrer após um viva à República. Mas, sabendo da morte próxima, os prisioneiros davam vivas ao Conselheiro. Este não resistiu a uma grave disenteria, e aos problemas resultantes de um ferimento de granada, falece no dia 22 de setembro.

Segundo o autor, na campanha de Canudos, pairava um dualismo incoerente, em que 'a selvageria impiedosa amparava-se à piedade pelos companheiros mortos'. A campanha não cumpria as leis, vingava-se. A 'degola', punição infinitamente mais prática, segundo a ideologia local, foi feita aleatoriamente, porque contavam com a impunidade. O sertão é o esconderijo. 'Quem lhe rompe as trilhas, ao divisar à beira da estrada a cruz sobre a cova do assassinado, não indaga do crime. Tira o chapéu, e passa'. Canudos, cercado de montanhas, 'era uns parênteses; era um hiato. Era um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava'.

O cadáver do Conselheiro é exumado e fotografado para que 'o país se convencesse bem de que estava afinal extinto aquele' terrível mal. Num gesto rotineiro, decapitaram-no e enviaram o crânio hediondo a Salvador, para 'que a ciência dissesse a última palavra'.